sexta-feira, 19 de setembro de 2008

VICIOSO

Eu tenho a incrível capacidade de saltar de um círculo vicioso direto para dentro de outro. Todos os bons sentimentos vividos em determinados momentos da minha vida tornam-se sentimentos terríveis, que são subsituídos pelos sentimentos anteriores, agora em relação a outro fato/pessoa. Mas, em questão de uma fração de segundos, eles tornam-se ruins novamente. Nesse momento estou frustrado por algo que não existe. Algo que, desde o começo, deixaria de existir. Mas não, minha formação judaico-cristã somada a uma base literário-cinematográfica quase que diabética, de tão açucarada, faz-me enxergar em qualquer forma de vida que me olha e diz adorei te conhecer a base da minha nova vida. E, quando tudo o que sorri por minha causa demora mais de 0,34 centésimos de segundo para reagir positivamente a um passo meu, eu sinto que minhas pernas deveriam é ser amputadas. Como posso eu estar sentindo algo assim? Algo que, sejamos sinceros, não existe, me prende e tira todo o meu ar até que o mundo acabe. Maurício, a vida continuou como se nada tivesse acontecido. Nada aconteceu. Aconteceu, mas não foi a tua vida real, foi ficção. Daquelas que convencem, tamanha a identificação com quem a presencia, mas não foi real. Foi palpável. Sorriu pra ti e te pediu para ser abraçada. Mas terminou, como todo livro/filme/fatia de torta.
Talvez a questão não seja só essa, existe também o fato de eu não conseguir entender que não sou oxigênio. Pode-se existir sem mim, eu preciso compreender que o fato de não ser essencial não faz de mim supérfluo.Tá na hora de entender que eu não estou deitado em um mausoléu de cristal, podendo ser despertado apenas pelo beijo do príncipe. Devo é levantar sozinho e ver se o príncipe merece mesmo que eu o leve por aí a me acompanhar nas batalhas contra os dragões da vida de verdade.

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